domingo, 15 de março de 2009

no-sense.

Não sou nenhum militante marxista, antes que alguém tente me definir sob estas diretrizes. E começarei esse texto logo com um insulto "recíproco":
Você é um hipócrita e eu tanto quanto. Por quê?

Na primeira aula que eu tive de Direito do Trabalho, a professora começou a lecionar sobre o histórico da situação do trabalho no mundo, utilizando-se da perspectiva da luta de classes. Irei direto ao assunto: a parte mais importante sempre será que os operários não tinham direitos e qualquer um poderia trabalhar na indústria, desde mulheres e crianças. O que eu achei bem patético foram os "nhoooom" quando se é lembrado que as crianças e quem quer que fosse simplesmente eram mutilados e depois sumariamente substituídos. O que me deixa indignado é que essas mesmas pessoas que se """"SENSIBILIZAM"""" (isso é um MUITO entre aspas) quando veem um caso de menor infrator, apenas desejam que esse moloque se exploda. Ele e toda a família composta de escória e o resto da periferia, que para muitos é só habitação de preguiçoso, ladrão e assassino.

Fora a aula de Direito das Coisas. Estou gostando das aulas. Porém, como quase sempre em todas as matérias, admiro as teorias em si, porque a prática é justamente o que faz a humanidade falhar. Direito Civil em geral não é nada mais do que proteger o patrimônio e é impressionante como todos ouvem a aula e dizem direta ou indiretamente "é claro que tem que ser assim!". Como anteriormente, esse mesmo tipo de imbecil em outra hora fala algo humanitário, pede igualdade social e diz que o governo que não faz nada.

Lembro-me das aulas de Direito Penal I e II, quando o professor apresentou fotos que mostravam a condição carcerária aqui no Espírito Santo. Foi absurda a quantidade de "absurdo"s que eu ouvi. Pena que não visitamos uma cadeia ativa. Porém, quando fomos a Viana, visitamos uma que estava quase pronta, um modelo estadunidense. Daquelas de filme. Nem faço ideia de como ela está, tomara que não esteja aquele lixo que por pouco não visitamos. O que importa é que é mijo em cima de bosta em cima de vômito em cima de sangue em cima de doença em cima de gente. Ai, que absurdo! Mas você, seu desgraçadozinho, ia adorar ver o moleque que roubou a sua mesada e seu celular com meningite, porque o que você carrega, e não é seu corpo, tem mais valor que a vida de qualquer um.

Enfim, esses dias eu estava no estágio e surgiu uma situação do nível "pepino" e tínhamos que achar argumentos favoráveis para o Instituto. E é da mesma maneira que você vai achando argumentos favoráveis, acórdãos e até sentenças, também se acha argumentos muito contra. É por aí que eu não acredito no Direito. Pois para qualquer coisa existe pessoas muito contra e pessoas muito a favor. Depois, ainda, depende do julgador contra, a favor, de bom humor, de mau humor, ou naquele dia só queria variar um pouco as suas decisões. Justiça e Direito são abstratos demais para serem levados a sério, pena que no mundo não funciona assim. Lei, então... Sempre aprendendo a relativizar uma, mesmo que muito óbvia literalmente.

Na realidade eu não sei aonde esse post vai chegar, então termino por aqui.
Ficou sem sentido, mas obrigado por ler até aqui.
beijosmeliga.

5 comentários:

Anônimo disse...

Então... Muito bom e se possível achei sentido sim no que escreveu. Concordo em numero, grau e gênero com a contradição que vc colocou e me coloco dessa dicotomia aí.
"O que importa é que é mijo em cima de bosta em cima de vômito em cima de sangue em cima de doença em cima de gente. Ai, que absurdo! Mas você, seu desgraçadozinho, ia adorar ver o moleque que roubou a sua mesada e seu celular com meningite, porque o que você carrega, e não é seu corpo, tem mais valor que a vida de qualquer um."

CÁSSIO REBOUÇAS DE MORAES disse...

Me lembrou essa tirinha dos Malvados:
http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom.aspx?uid=3611968627281052327&pid=1229195753080&aid=1229170306$pid=1229195753080
ps: finalmente escreveu de novo aqui, hein!

Manoella Mariano disse...

Fiso lisonjeada clicando em "racionais" - legal, vou comentar e ser uma (nunca necessariamente). Direito das Coisas é um nome muito legal de matéria. Eu tinha aula de Realidade Brasileira. Funny... (e a matéria persistia em todos os períodos, do 1º ao 8º!). Deixando de ser racional até eu já me peguei fazendo "oinnn, poxa, absurdo" mas vou me policiar mais com esse post, até porque em conversas com minha mãe sempre uso esse método, de paralelizar (existe essa palavra?) um ato podre com outro ato podre fazendo quase todos mundo se igualar ou se interligar nesse planeta. É óbvio que tudo deve ser relativizado, por isso a gente vai pro inferno. ¬¬

Pí Ême. disse...

E tem neguinho poltizdo jogando lixo no chão. E tem neguinho em passeata porque o amigo foi baleado e o assassino merece desaparecer. E muito mais daquilo que a gente sempre conversa...

Leonardo Dalvi Alvarenga disse...

"eu não acredito no Direito".

Nem eu.

Na verdade, o Direito é autopoiético. Sempre existirão babacas, que nem eu, querendo ganhar dinheiro em cima dele.